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O que é Sepse? Fatores de risco e prevenção em ambiente hospitalar 

Você sabia que a Sepse é uma grande preocupação nos sistemas de saúde em todo o mundo? No Brasil, é responsável por aproximadamente 25% da ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), sendo o maior causador de mortes nesses ambientes.

Segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cerca de 240 mil brasileiros perdem suas vidas anualmente devido à Sepse. Se analisarmos o cenário global, essa condição resulta em 11 milhões de óbitos por ano. Todos esses números mostram o nível de urgência de compreender o que é sepse e seus riscos.

Neste artigo, a Profilática explicará tudo sobre o assunto e, especialmente, como prevenir a Sepse em ambientes hospitalares. Acompanhe a leitura!

O que é Sepse?

A Sepse é uma condição grave que surge como uma resposta descontrolada do organismo a uma infecção. Ou seja, quando o nosso corpo tenta combater essa infecção, ele reage de uma forma exagerada, desencadeando diversos problemas, incluindo a falência de múltiplos órgãos. 

Diferente de uma infecção localizada, a Sepse afeta todo o organismo. Se não for tratada rapidamente, o paciente pode vir a óbito.

Para compreender com mais profundidade sobre o que é Sepse, é necessário saber como surge essa reação. Ela inicia quando microrganismos, como bactérias, fungos e vírus, invadem a corrente sanguínea. Para combater esse agente, o sistema imunológico libera substâncias inflamatórias. Porém, esse mecanismo de defesa acontece de um modo desenfreado, prejudicando diretamente os tecidos e órgãos do corpo.

Essa conduta, por mais que seja uma defesa, leva à queda de pressão arterial, falência de órgãos e choque séptico. 


⚠️ Importante: a Sepse não é a infecção em si, mas sim a reação exagerada do organismo a ela. Por isso, é fundamental entender o que é sepse e por que ela é tão perigosa.

Devido ao seu rápido desenvolvimento no organismo, torna-se uma emergência médica. Todos os gestores hospitalares, médicos e enfermeiros devem entender sobre essa reação e implementar protocolos de prevenção e tratamento em ambientes de saúde.

O que causa a Sepse?

Ela é provocada por qualquer tipo de infecção, mas existem algumas condições que aumentam as chances de seu surgimento. Veja as principais causas:

  • Pneumonia: é uma das infecções mais comuns com chances de evoluir para Sepse, principalmente em idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido;
  • Infecção urinária: é comum em pessoas de terceira idade e pacientes que usam sondas;
  • Infecção na pele: feridas infectadas ou celulite são portas de entrada para bactérias na corrente sanguínea;
  • Infecção abdominal: apendicite e peritonite podem acarretar em Sepse;
  • Meningite: infecções no sistema nervoso central, como a meningite, também estão associadas ao surgimento de Sepse.

Principais sintomas da Sepse

Os sintomas dessa condição variam conforme a gravidade da infecção e a resposta do corpo. Isso porque a Sepse se manifesta de muitas formas, sendo que os sintomas podem ser diferentes de pessoa para pessoa. 

Porém, existem alguns sinais bem características que os médicos e gestores hospitalares devem estar atentos:

  • Febre alta ou hipotermia (temperatura corporal muito baixa);
  • Taquicardia (aceleração do coração);
  • Taquipneia (respiração rápida);
  • Hipotensão (pressão arterial baixa, ocasionando tonturas e desmaios);
  • Fraqueza e cansaço extremo;
  • Oligúria (diminuição da urina);
  • Sonolência excessiva e confusão;
  • Náuseas e vômitos;
  • Ansiedade e inquietação.

Quais são as pessoas com maiores chances de ter Sepse?

Por mais que a Sepse possa afetar qualquer indivíduo, existem alguns grupos suscetíveis a desenvolvê-la. Entender o que é Sepse e quem está em risco é imprescindível para a prevenção e diagnóstico precoce. Confira uma lista de pessoas com maior risco de gerar a Sepse:

  • Pessoas acima de 60 anos;
  • Crianças menores de 1 ano;
  • Pacientes com doenças crônicas (diabete, cardiopatias, doenças hepáticas, problemas pulmonares e insuficiência renal);
  • Pessoas com câncer;
  • Pessoas que vivem com HIV/AIDS;
  • Qualquer indivíduo que possua sistema imunológico comprometido.

Esses tipos de pessoas apresentam um sistema de defesa mais enfraquecido, tornando-os vulneráveis a infecções e à Sepse.

Tem cura?

Sim, mas o processo de tratamento é complexo e exige a intervenção médica o mais rápido possível. O sucesso do tratamento dependerá da agilidade com que é iniciado. 

Quanto mais cedo a Sepse é identificada e tratada, maiores são as chances de recuperação completa do paciente. 

O tratamento é feito a partir do uso de antibióticos, controle das infecções e cuidados intensivos. A cura é totalmente possível, porém o prognóstico melhora com a detecção e intervenção precoces.

Como prevenir a Sepse em ambientes hospitalares?

A prevenção da Sepse deve ser uma prioridade em hospitais, exigindo diversas abordagens em prol da saúde do paciente. Em ambientes de saúde, há várias estratégias de prevenção que diminuem o risco dessa condição. Veja os três pilares principais:

1. Higiene e controle de infecções

A higiene é o fator primordial de prevenção. Isso começa a partir da lavagem das mãos, que deve ser praticada por médicos, enfermeiros, pacientes e visitantes. Para isso, é importante fazer a instalação de dispensadores de soluções alcoólicas em diversos lugares do ambiente hospitalar, pois dessa forma facilita a  antissepsia frequente das mãos.

Além disso, deve-se utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), principalmente ao lidar com pacientes que estão isolados. 

Outro fator é realizar a limpeza e desinfecção periódica de superfícies e equipamentos médicos para diminuir a propagação de patógenos. 

Toda a equipe de limpeza deve receber um treinamento adequado sobre alguns protocolos de higienização, a fim de prevenir infecções e manter o ambiente seguro.

💡Leia também — O que são soluções para antissepsia cirúrgica à base de álcool e degermantes?

2. Educação e treinamento da equipe

Os profissionais da saúde precisam passar por treinamentos regulares para se manterem aptos aos atendimentos. Neste caso, devem buscar conhecimento sobre o que é Sepse, como identificar seus sinais precoces e quais protocolos precisam seguir em caso de suspeita.

Isso não é apenas para médicos e enfermeiros, mas também para auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas e outros profissionais que têm contato direto com os pacientes. 

É válido investir em treinamentos que abordam sobre a importância da higiene das mãos, o uso de antibióticos e a implementação de ações para prevenir infecções. 

3. Monitoramento e intervenção

O monitoramento dos pacientes e a intervenção precoce são fundamentais para evitar o desenvolvimento da Sepse. Uma ótima solução para isso é implementar sistemas de alerta que analisam sinais vitais e outros indicativos de infecção, principalmente em pacientes que estão em condição grave de saúde.

Isso inclui a utilização de tecnologia para monitorar alterações nos sinais vitais ou a análise de exames laboratoriais. Em casos de suspeitas de Sepse, a equipe médica deve ter critérios claros para iniciar o tratamento o quanto antes. 

Além disso, é muito importante tomar cuidado no uso de antibióticos. Evite prescrições desnecessárias, pois isso garante que o tratamento seja bem direcionado. 

Conforme vimos até aqui, a Sepse é uma das principais causas de mortes em UTIs e representa um grande desafio para a saúde pública. 

Todos os profissionais que trabalham em ambientes hospitalares devem reconhecer suas causas, sinais e tomar medidas preventivas. A principal forma de combater a Sepse é através do conhecimento e adoção de diversas práticas para manter uma vigilância constante.

Procure lavar constantemente as mãos, desinfectar superfícies e equipamentos médicos e utilizar produtos hospitalares de qualidade. Através dessa forma, você e sua equipe conseguem salvar mais vidas e melhorar o atendimento hospitalar. 

Se você gostou deste conteúdo, aproveite para conferir mais dicas no blog da Profilática. Até a próxima!

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