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Limpeza de superfícies e prevenção contra Candida auris. Conheça as recomendações

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um desafio crescente relacionado ao Candida Auris, um fungo que representa uma séria ameaça à saúde pública em todo o mundo. Esse fungo é um patógeno emergente, resistente a múltiplos medicamentos, que pode causar infecções graves em pacientes debilitados, especialmente aqueles internados em unidades de saúde. 

As infecções causadas pelo Candida auris podem ser graves e até fatais em pessoas com baixa imunidade. Ele é resistente a muitos antifúngicos e pode se espalhar facilmente pelo ambiente, contaminando superfícies, equipamentos e objetos.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou os primeiros casos de Candida auris em dezembro de 2020 e depois em dezembro de 2021, em dois hospitais da cidade de Salvador, Bahia. Novos casos foram registrados então em 2022, com um surto de 48 pacientes.

Mais recentemente, em maio de 2023, um segundo surto foi identificado inicialmente em Recife, com novos casos também registrados em São Paulo.

A prevenção contra Candida auris é um desafio para as instituições de saúde, que devem adotar medidas rigorosas de controle de infecção e biossegurança. Neste artigo, vamos apresentar algumas recomendações de limpeza e desinfecção de superfícies para evitar a disseminação desse patógeno tão desafiador.

O que é o Candida auris e como ele se transmite?

Candida auris é um fungo da família das leveduras, que normalmente vivem na pele, na boca e no intestino sem causar problemas. 

Atualmente são catalogadas mais de 50 espécies de Candida e, muitas delas, convivem com o ser humano de modo benéfico. Em outros casos, porém, o fungo pode causar candidíase genital em mulheres e homens, e “sapinho” nas crianças, como é o caso do Candida albicans.

Este também é o caso do Candida Auris que, em algumas situações, pode se tornar patogênico e invadir a corrente sanguínea ou outros órgãos, provocando infecções graves.

Esse fungo foi identificado pela primeira vez em 2009, no Japão, em uma amostra de secreção do ouvido de uma paciente. Desde então, ele foi encontrado em mais de 30 países, incluindo o Brasil. 

Ele é considerado um dos principais agentes causadores de candidemia (infecção da corrente sanguínea por Candida), com uma alta taxa de mortalidade, entre 29% e 53%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) 

Formas de transmissão do Candida auris 

A forma de transmissão de Candida auris pode ocorrer, principalmente, por dois meios:

Contato direto com pessoas infectadas ou colonizadas

O Candida pode se espalhar de paciente para paciente em ambiente de saúde, como hospitais, consultórios e asilos, por meio do contato direto. Nessas situações o mais comum é que pessoas infectadas ou colonizadas sem sintomas transmitam sem saber que estão se tornando vetores da doença.

Contato com superfícies ou objetos contaminados

Em objetos contaminados o fungo pode sobreviver por semanas ou meses no ambiente, resistindo a variações de temperatura, umidade e pH. Essa resistência torna essenciais ações de biossegurança para a prevenção e combate contra a infecção.

💡Leia também, O que são riscos biológicos?

Quais são os sintomas e os fatores de risco para a infecção por Candida auris?

Os sintomas da infecção por Candida auris podem variar dependendo do local afetado. Em geral, para infecções na corrente sanguínea, eles incluem febre, calafrios, dor, vermelhidão, inchaço e secreção. 

Uma das dificuldades em identificar a doença está no fato de que os sinais das infecções podem não ser perceptíveis porque os pacientes infectados com o fungo geralmente já estão doentes. 

Em casos mais graves os sintomas também podem envolver choque séptico, falência de órgãos e morte.

Os fatores de risco para a infecção por Candida auris são:

Naturalmente, por ser um superfungo encontrado em ambientes hospitalares, as pessoas mais predispostas a entrar em contato com o Candida auris são aquelas que estão internadas por longos períodos, mas alguns outros fatores também podem influenciar, como:  

Baixa imunidade, causada por doenças como diabetes, câncer, HIV/AIDS ou uso de medicamentos imunossupressores;

Internação prolongada em unidades de terapia intensiva (UTI) ou outras áreas críticas;

– Uso frequente ou inadequado de antibióticos e antifúngicos;

– Uso de cateteres venosos centrais, sondas urinárias ou outros dispositivos invasivos;

Idade avançada ou prematuridade.

Limpeza e desinfecção contra o superfungo Candida auris

A presença da Candida Auris nas unidades de saúde é uma preocupação significativa para os profissionais de saúde e gestores hospitalares.

Diante dessa ameaça, medidas rigorosas de prevenção, limpeza e desinfecção são essenciais para a prevenção da disseminação do superfungo, evitando surtos e complicações nos pacientes. Para isso, é preciso adotar uma série de medidas como:

– Identificar e isolar os pacientes infectados ou colonizados por Candida auris em quartos individuais ou em áreas específicas, com uso de equipamentos de proteção individual (EPI) pelos profissionais de saúde e visitantes;

– Realizar a higiene das mãos antes e depois do contato com os pacientes ou com superfícies ou objetos potencialmente contaminados;

– Executar a limpeza e desinfecção das superfícies e dos equipamentos que entram em contato com os pacientes ou com o ambiente, usando produtos adequados e seguindo as orientações dos fabricantes como a Profilática;

– Monitorar os pacientes infectados ou colonizados por Candida auris e notificar os casos às autoridades sanitárias;

– Educar os profissionais de saúde, os pacientes e os familiares sobre os riscos e as medidas de prevenção contra Candida auris.

Atenção especial em superfícies contaminadas com o Candida auris

A realização da limpeza das superfícies, concorrente e terminal, incluindo equipamentos e o ambiente, é de fundamental importância. 

Amostras ambientais de várias superfícies, incluindo colchão, mesa de cabeceira, grade da cama, cadeira, chão, monitores de equipamentos e teclados, parapeitos de janelas e ar, foram positivas para Candida auris até 3 meses após o início da infecção

Superfícies contaminadas têm sido apontadas como uma fonte potencial de disseminação. Estudos chegaram a descrever um surto contínuo de Candida auris entre 50 pacientes durante um período de 16 meses, atribuído a um baixo nível de contaminação ambiental.

Como produtos e sistemas de limpeza e desinfecção podem ajudar contra o Candida auris?

Empresas, como a Profilática, investem constantemente no desenvolvimento de soluções para melhor combater e prevenir surtos e infecções de patógenos como o superfungo Candida auris.

Entretanto, por estar se mostrando um item particularmente desafiador para as equipes de gestão das unidades de saúde, continuam sendo identificados os melhores compostos para enfrentar essa crise.

Candida auris tem a capacidade para formar biofilme, podendo permanecer viável em superfícies por dias ou meses, dificultando o controle de surtos, caso os procedimentos (higienização e produtos químicos) utilizados sejam inadequados.

Assim, os procedimentos de limpeza e desinfecção devem ser revisados e atualizados em conjunto com a CCIH e os responsáveis pelo serviço de limpeza, com especial atenção nas modernas práticas de Limpeza/Desinfecção do ambiente. 

Hipoclorito de sódio

Com limitações, especialmente no ambiente devido ao seu odor, maior toxicidade e a agressão a superfícies, metálicas ou não, o hipoclorito de sódio apresenta riscos na eliminação de microorganismos por ser um componente químico de baixíssima estabilidade e ser comprovadamente inativado pela presença de matéria orgânica. 

Peróxido de hidrogênio

Estes tipos de soluções tem sido indicadas na limpeza e desinfecção de superfícies possivelmente contaminadas. 

No entanto, por não se conhecer a concentração de princípio ativo e diluição efetiva de produtos à base de peróxido de hidrogênio frente ao Candida auris, a comprovação de eficácia de produtos com este princípio ativo, para maior segurança na sua aplicação, deve ser ainda comprovada via metodologias de testes realizadas em laboratórios oficiais

Quaternário de amônia

Princípios ativos à base de quaternário de amônia de forma isolada não são efetivos contra Candida auris.

Ácido peracético 

Considerado uma alternativa viável para o controle do Candida auris, o ácido peracético pode ser aplicado como um desinfetante de alto nível para instrumentais e superfícies, eliminando os germes mais resistentes, como esporos bacterianos e fúngicos, micobactérias e vírus.

Vale lembrar que somente produtos devidamente testados e aprovados em testes realizados em Laboratórios REBLAS/ANVISA podem ser indicados com maior segurança na eliminação e controle de Candida auris. Como, os produtos ARPOSURF PREMIUM, SURFIC e BACTEREND OX.

Profilática na linha de frente contra o Candida Auris
Profilática na linha de frente contra o Candida Auris

💡Leia mais, Higienização das mãos em serviços de saúde


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