A higienização das mãos é uma medida simples, mas muito eficaz na prevenção e no controle das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as IRAS são responsáveis por altas taxas de morbidade e mortalidade, além de aumentarem os custos dos serviços de saúde e o tempo de internação dos pacientes.
No Brasil os dados também demandam atenção. Apesar de não haver sistematização de informação sobre a incidência das IRAS, estima-se que estas ocorram em uma taxa global de 9%, sendo que os óbitos decorrentes atingem em média 14% dos casos.
Com isso em mente, a higienização das mãos se torna um dos pilares fundamentais do dia a dia dos profissionais que atuam em diferentes áreas de risco.
Neste artigo, abordaremos a importância da higienização das mãos, como realizá-la corretamente em diferentes contextos e o desenvolvimento de técnicas e materiais para sua evolução. Confira!
💡Leia mais, “Principais medidas de controle e prevenção contra vírus”.
A importância da higienização das mãos em serviços de saúde
As mãos dos profissionais de saúde são as principais ferramentas para a realização de suas atividades e, ao mesmo tempo, as principais vias de transmissão de microrganismos.
Por isso, a higienização das mãos é considerada um dos pilares da segurança do paciente e deve ser realizada em todos os momentos de contato com o paciente ou com superfícies próximas a ele.
A OMS definiu cinco momentos para a higienização das mãos nos serviços de saúde:
– Antes de ter contato com o paciente
Para a proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos presentes nas mãos do profissional e que podem causar infecções.
– Antes de realizar procedimento asséptico
Para a proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos das mãos do profissional para o paciente, incluindo os microrganismos do próprio paciente.
– Após risco de exposição a fluidos corporais
Pensando na proteção dos profissionais e do ambiente de assistência imediatamente próximo ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
– Após contato com o paciente
Para a proteção do profissional e do ambiente à saúde, incluindo as superfícies e os objetos próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente.
– Após tocar as superfícies próximas ao paciente
Para a proteção do profissional e do ambiente de assistência à saúde, incluindo superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente para outros profissionais ou pacientes.
Estima-se que cerca de 50% das infecções adquiridas em ambientes de saúde poderiam ser evitadas com a correta higienização das mãos. Além disso, essa prática contribui para a redução da disseminação de microrganismos resistentes a antibióticos, um problema crescente em todo o mundo.
A conscientização e o treinamento dos profissionais de saúde são fundamentais para garantir a adoção dessa prática em todas as etapas do atendimento ao paciente.
Os quatro métodos principais de higienização das mãos
A higienização das mãos deve ser realizada de acordo com o nível de risco do ambiente em que o profissional atua e seguindo um dos principais métodos determinados para cada situação. A seguir, apresentamos as recomendações para cada contexto:
Higienização simples das mãos
Este método deve ter duração entre 40 a 60 segundos para que de fato sua eficácia seja atingida. Para isso, utilizamos apenas água corrente e sabão (líquido e/ou espuma) e realizamos a lavagem correta das mãos.
Deve ser adotado antes e após algumas atividades que fazem parte do nosso cotidiano, como a utilização do banheiro, antes de realizar refeições e sempre que a mão apresentar sujidade visível, entre outras situações e/ou ambientes aos quais frequentamos.
Higienização antisséptica das mãos
Este método de higienização é realizado seguindo os mesmos passos acima, entretanto, substituímos o sabão comum, por um produto antisséptico como o Bio Assept® OX.
Este tipo de lavagem das mãos, por utilizar uma fórmula antisséptica, garante uma limpeza mais eficiente, sendo recomendado para profissionais que atuam nos setores de saúde.
Higienização por fricção antisséptica
A fricção antisséptica refere-se ao uso do álcool gel ou espuma, preferencialmente de teor 70%. É a alternativa mais indicada para realizar a higienização das mãos quando não é possível o uso de água e sabonetes.
Com isso, quando é realizada de maneira correta e com o uso de produtos de qualidade, a sua taxa de eficácia corresponde a eliminação de até 99% dos microrganismos que possam vir a estar presentes nas mãos.
Higienização antisséptica cirúrgica ou preparo pré-operatório
A higienização das mãos pré-operatórias é utilizada em hospitais e clínicas, em momentos antes de cirurgias e procedimentos hospitalares.
Este procedimento deve seguir algumas regras, como por exemplo evitar contato com a torneira ao final da lavagem, fazer o uso de toalhas descartáveis ou compressas estéreis para a secagem das mãos e braços.
Originalmente realizado com soluções como as tradicionais escovinhas de clorexidina, a técnica vem evoluindo, com alternativas em dispensadores como o PROFISYS® HANDS, da Profilática, que se torna um facilitador, oferecendo maior praticidade e segurança aos profissionais.
Observações importantes sobre as luvas
Mesmo sendo fundamentais para a proteção em diversas situações, o uso das luvas não substitui a higienização correta das mãos. Com o uso de apenas um par de luvas, segundo pesquisas, em até duas horas de cirurgia, 35% das luvas apresentam microfuros com entrada de água sem pressão.
Segundo o Ministério da Saúde, o uso de luvas deve seguir alguns critérios como:
- Devem ser usadas somente quando indicado;
- Usar antes de entrar em contato com sangue, ou qualquer tipo de matéria orgânica , membrana mucosa, pele não íntegra e outros materiais potencialmente infectantes;
- Trocar de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente;
- Trocar as luvas durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo;
- Nunca tocar desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas;
- Observar a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contaminação das mãos;
Cuidado com a pele das mãos
Outro ponto de destaque é o uso frequente e repetido de produtos para a higiene das mãos. Principalmente escovas abrasivas e sabonetes comuns, podem causar dermatite de contato irritativa entre profissionais de saúde, particularmente em locais com atividade de cuidados intensivos onde a ação de higiene das mãos é necessária repetidas vezes por hora.
Portanto, o cuidado com as mãos que inclui o uso regular de cremes de boa qualidade, a escolha por soluções com a presença de Ácidos Graxos Essenciais (AGE) e a adoção de comportamentos adequados é de extrema importância para evitar danos à pele.
Dicas para garantir a eficácia da higienização das mãos
Algumas dicas simples, e procedimentos padrões, podem ajudar na hora de criar rotinas de limpeza e desinfecção para as mãos. Confira também algumas dicas rápidas:
– Realizar a higienização das mãos antes e após o contato com pacientes, após o uso do banheiro, antes e após a manipulação de alimentos e sempre que houver suspeita de contaminação.
– Evitar o uso de anéis, pulseiras e relógios, pois podem dificultar a higienização das mãos e abrigar microrganismos.
– Manter as unhas curtas e limpas, evitando o uso de esmaltes e unhas postiças.
– Utilizar toalhas de papel descartáveis para secar as mãos, evitando o uso de toalhas de tecido, que podem ser fonte de contaminação.
💡Leia também, “Antissepsia cirúrgica das mãos: qual a forma correta de realizar”.
A higienização das mãos é uma prática essencial para a segurança dos pacientes e profissionais de saúde. Mantenha suas técnicas atualizadas e esteja sempre pronto para oferecer e participar de treinamentos ligados ao tema.
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