Quando o assunto é biossegurança, é muito importante compreender a classificação de risco dos agentes biológicos para proteger os pacientes, enfermeiros e médicos. Esse conhecimento é fundamental para gestores hospitalares e profissionais da limpeza, que lidam com ambientes em exposição a agentes biológicos.
A classificação é feita em quatro níveis, conforme a gravidade das infecções, o potencial de transmissão e a existência (ou não) de tratamentos ou vacinas. Cada grupo representa um tipo de ameaça diferente à saúde humana e coletiva, e saber como diferenciá-los ajuda a aplicar medidas de prevenção, contenção e resposta.
Hoje, a Profilática explicará mais detalhes sobre a classificação de risco dos agentes biológicos. Acompanhe a leitura!
O que são agentes biológicos?
Esses agentes são organismos vivos ou partes deles que podem provocar doenças ou alterações no organismo humano, animal ou vegetal. Eles são bactérias, fungos, vírus, parasitas e até certos tipos de protozoários.
Em hospitais e clínicas, o contato com agentes biológicos geralmente acontece durante a manipulação de fluidos corporais, resíduos, secreções, materiais contaminados ou em procedimentos invasivos. Por isso, a biossegurança é essencial para proteger os trabalhadores e os pacientes.
E quais são os critérios de classificação de risco dos agentes biológicos? Veja abaixo:
- Capacidade de causar doenças;
- Nível de transmissibilidade;
- Gravidade das infecções;
- Existência de tratamentos e medidas preventivas.

Classificação de risco dos agentes biológicos
Essa classificação é dividida em quatro classes. Cada uma tem seu grau de risco associado aos critérios que comentamos anteriormente. A categorização dos riscos dos agentes biológicos serve para definir as medidas de contenção em ambientes de saúde.
Classe de Risco 1 – Baixo risco individual
No nível 1, estão todos os agentes biológicos com o mínimo potencial de causar doenças em seres humanos ou animais saudáveis. Por isso, são considerados de baixo risco. Esses agentes são bem comuns em ambientes não clínicos e muitas vezes fazem parte da microbiota natural.
Exemplos:
- Lactobacillus spp. (bactéria probiótica)
- Bacillus subtilis (bactéria comum em solos)
- Saccharomyces cerevisiae (levedura)
- Escherichia coli (cepas de laboratório)
- Aspergillus niger (fungo)
Classe de Risco 2 – Risco individual moderado
Nesta classe, estão os agentes biológicos que causam doenças em humanos ou animais, mas com baixa letalidade. Além disso, a transmissão é controlável e existem formas conhecidas de tratamento ou prevenção.
Exemplos:
- Schistosoma mansoni (parasita)
- Vírus da rubéola
- Hepatite A
- Mycobacterium tuberculosis (em algumas cepas)
- Vírus da caxumba
Classe de Risco 3 – Alto risco individual
Nesta classificação de risco dos agentes biológicos, estão aqueles que têm alto potencial de transmissão, especialmente por via respiratória, capazes de causar doenças graves. Por mais que a propagação seja alta, ainda existem tratamentos e vacinas para combater em muitos casos.
Exemplos:
- Bacillus anthracis (antraz)
- Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)
- Mycobacterium tuberculosis (formas mais agressivas)
- Vírus da febre amarela
- SARS-CoV-2 (vírus causador da COVID-19)
Classe de Risco 4 – Risco extremo
Na quarta classe estão os microrganismos mais perigosos. Eles provocam doenças graves, muitas vezes fatais, com alta taxa de transmissão. Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas confiáveis para essas infecções. O manejo desses agentes só é possível fazer em laboratórios com nível máximo de contenção (NB4).
Exemplos:
- Vírus Ebola
- Vírus Marburg
- Vírus Lassa
- Vírus da varíola
- Vírus Nipah
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Ao conhecer a classificação de risco dos agentes biológicos, você pode aplicar algumas medidas seguras e tomar decisões mais conscientes em ambientes de saúde. Além disso, o domínio dessas classes reforça a importância da biossegurança como parte integrante das rotinas hospitalares.
Outro ponto que merece atenção é a avaliação dos laudos microbiológicos dos saneantes utilizados nos processos de limpeza e desinfecção. É válido lembrar que apenas produtos com eficácia comprovada contra os microrganismos de maior risco devem ser aplicados nos ambientes clínicos.
Essa análise técnica facilita a escolha dos saneantes de acordo com o perfil de risco presente, o que reduz falhas na eliminação de agentes patogênicos e contribui diretamente para a segurança do ambiente hospitalar. Por isso, avaliar esses laudos com regularidade não é apenas uma exigência técnica, mas uma prática de responsabilidade sanitária.
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