O fungo Candida auris voltou a ter um alerta em 2025 por conta do aumento de surtos em hospitais no Brasil e no mundo. No dia 2 de abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comunicou que foram identificados 14 casos em São Paulo e 4 em Recife neste ano.
Também conhecido como “superfungo”, C. auris é resistente a medicamentos, sendo facilmente transmitido por meio de superfícies e equipamentos médicos. É uma grande preocupação de profissionais de saúde, principalmente aqueles que atuam em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Por conta disso, é importante compreender os riscos do fungo Candida auris e conhecer os principais cuidados para a prevenção. Veja a seguir!
O que é o fungo Candida auris?
O fungo Candida auris é uma levedura que pertence à mesma família de outros tipos de Candida, porém com características diferentes que o tornam mais perigoso. Foi identificado pela primeira vez em 2009 no Japão e, desde então, se espalhou por diversos continentes, inclusive o Brasil.
A principal preocupação com esse patógeno é sua resistência a múltiplas classes de antifúngicos, o que limita bastante as opções de tratamento. Outro ponto é que muitos serviços de saúde ainda não têm a estrutura suficiente para realizar um diagnóstico do superfungo, pois ele é de difícil identificação.
Além disso, o fungo Candida auris consegue permanecer em superfícies hospitalares por longos períodos, o que aumenta as chances de contaminação cruzada. Tem alta capacidade de provocar surtos em unidades de terapia intensiva, o que coloca em risco a saúde de pacientes já fragilizados.
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Histórico da Candida auris no Brasil
No Brasil, os primeiros casos de Candida auris aconteceram em 2020. Desde então, os números de ocorrências aumentaram. A Anvisa divulga alertas para a população e, principalmente, para que os profissionais de saúde fiquem em alerta sobre o assunto, pois isso gera um grande volume de intervenções.
Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos casos está concentrada em grandes centros urbanos, com destaque para as regiões Sudeste e Nordeste. Em 2024, uma atualização na Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 02/2022: Orientações para identificação, prevenção e controle de infecções por Candida auris em serviços de saúde, foi publicada para orientar os laboratórios clínicos sobre os procedimentos para detecção e isolamento do fungo. Essa norma reforça a importância de análises genômicas e protocolos específicos de notificação.
A pandemia de COVID-19 também teve influência nessa situação. Muitos pacientes imunodeprimidos ou com internações prolongadas em UTIs foram diagnosticados com infecções fúngicas secundárias, incluindo Candida auris. O uso prolongado de antibióticos e antifúngicos pode ter contribuído para a seleção de cepas resistentes.
Quais são os principais riscos do Candida auris?
A presença do fungo Candida auris em hospitais gera diversos riscos. Por isso, os gestores e profissionais de saúde devem ficar atentos às seguintes condições:
- Mortalidade elevada: as infecções invasivas causadas por este patógeno têm taxas de mortalidade que ultrapassam 60% em pacientes com comorbidades;
- Resistência antimicrobiana: uma das características mais alarmantes do Candida auris é a capacidade de resistir a múltiplas classes de antifúngicos, incluindo azóis, equinocandinas e polienos;
- Persistência ambiental: o fungo pode sobreviver em superfícies hospitalares por períodos prolongados, chegando a semanas ou até meses, mesmo após procedimentos de limpeza concorrente e limpeza terminal.
- Transmissão facilitada: diferente de outras espécies de Candida, o auris tem capacidade de transmissão direta entre pacientes e através de superfícies e equipamentos contaminados.
Principais medidas preventivas e controle em serviços de saúde
E como controlar esse superfungo? Veja as principais medidas que recomendamos:
- Faça vigilância ativa: implemente programas de vigilância microbiológica com capacidade de identificação do patógeno e, em caso de suspeitas, notifique imediatamente às autoridades sanitárias;
- Isole os pacientes infectados: em caso de infecção, isole todas as pessoas, e use equipamentos de proteção individual (EPIs) para evitar contaminações;
- Higienize e desinfete o local: esse patógeno pode sobreviver por semanas em colchões, grades de leitos, mesas e equipamentos médicos. Por isso, o uso de desinfetantes e a capacitação das equipes de limpeza são medidas indispensáveis.
Conforme vimos, o fungo Candida auris é uma ameaça silenciosa que exige bastante atenção por parte dos gestores hospitalares e equipes de limpeza. Por ser resistente, de difícil identificação e com permanência prolongada em superfícies, o patógeno necessita de muito cuidado.
Em 2025, o desafio é manter os ambientes hospitalares livres do Candida auris e preparar as equipes para agir rapidamente em caso de detecção.
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