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Biossegurança – Como o desinfetante elimina os micro-organismos?  

Para os profissionais da saúde e pacientes, as cirurgias dentárias são as situações com maior risco de infecção, por vírus e micro-organismos. Devido ao contato regular com sangue, saliva e outras secreções, os germes podem atingir o organismo se as medidas de proteção não forem suficientes. 

Existem vários meios de transmissão: via gotículas, infecção por esfregaço ou infecção por contato. Isso pode acontecer diretamente de uma pessoa para outra ou indiretamente através de instrumentos, superfícies e dispositivos contaminados.

Este tipo de situação nos leva ao seguinte questionamento.

Quão importantes são os desinfetantes direcionados para a Assistência à Saúde? O que é importante entender em seu processo de aplicação?

Eliminação eficaz da contaminação

No dia a dia de procedimentos cirúrgicos é quase impossível impedir completamente a contaminação durante uma cirurgia, mas é possível prevenir através dos corretos procedimentos profiláticos. Isso significa que uma limpeza completa é vital, porém insuficiente. 

O processo de limpeza elimina a sujeira, mas não pode matar ou desativar patógenos. Isso requer um desinfetante que, por definição, elimine 99,999% dos patógenos. 

Para esse tipo de função são usadas, principalmente, substâncias químicas que destroem a estrutura dos germes, matando-os ou inativando-os. Alguns exemplos são a Alquilamina, o PHMB e o ácido peracético.

micro-organismos no ambiente de consulta exigem produtos específicos para seu controle e desinfecção

Campos de ação dos desinfetantes

Como existem uma infinidade de  patógenos diferentes, os desinfetantes devem ter campos de ação específicos para poder trabalhar com confiabilidade. 

Bactericidas matam bactérias, tuberculocidas matam patógenos de tuberculose e fungicidas matam fungos. 

Como os vírus não são organismos vivos, falamos em torná-los inativos, em vez de matá-los. Isso significa que os desinfetantes virucidas tornam todos os vírus inativados. 

Um bom desinfetante, por sua vez, abrange todos esses campos de ação. Conheça um pouco mais sobre as diferenças destes patógenos.

Bactérias

As bactérias são os menores micro-organismos unicelulares existentes. Elas se reproduzem por meio da divisão. As bactérias têm formas diferentes, como esféricas ou em forma de bastonete, e propriedades diferentes. 

Por exemplo, algumas requerem oxigênio para sobreviver, e outras não. Apenas uma pequena porcentagem de bactérias é patogênica para os seres humanos e, portanto, causa doenças. 

Entre estas causadoras de doenças está o Mycobacterium tuberculosis, que ataca os pulmões e causa a tuberculose.

Fungos

Como bactérias, os fungos também são uma forma de vida que pode, ou não, ser inofensiva. No entanto, existem alguns fungos medicamente relevantes que podem causar doenças infecciosas chamadas micoses. 

Entre esses micro-organismos é feita uma distinção entre dermatófitos,  que desencadeiam doenças de pele, fungos e candida. Estes últimos incluem Candida albicans, que afeta a pele e as mucosas e pode resultar em septicemia.

Vírus

Na medicina, os vírus são chamados de partículas infecciosas. Ao contrário de bactérias e fungos, eles geralmente não são considerados organismos vivos. Entre outras razões, isso ocorre porque eles não têm seu próprio metabolismo e, portanto, dependem da multiplicação das células hospedeiras. 

Eles têm entre 10 e 1.000 nanômetros de tamanho e são classificados como vírus envelopados e não envelopados. Exemplos familiares são vírus da gripe, coronavírus, hepatite, HIV e norovírus.

Como ocorre a morte do micro-organismo no processo de desinfecção de superfícies?

Os desinfetantes, em especial direcionados para a Assistência à Saúde, áreas médica e odontológica, executam seu efeito microbicida por reação química ou físico-química com componentes da célula microbiana. 

Sua ação deve estar comprovada por normas específicas. 

Eles interferem na integridade da membrana microbiana ou reagem especificamente com proteínas ou material genético dentro da célula. Uma vez que o princípio ativo, na concentração correta, entra em contato com o micro-organismo, a morte microbiana é irreversível.

Produtos desinfetantes e de limpeza num único passo, que limpam e desinfetam  na mesma aplicação, devido aos seus princípios ativos utilizados, iniciam o processo de eliminação de micro-organismos já no momento da aplicação. O tempo de morte microbiana de cada um destes agentes depende das características dos micro-organismos. 

Alguns são eliminados rapidamente, desde que tenham contato inicial com a concentração adequada do princípio ativo. Outros micro-organismos podem demorar um pouco mais, porém, uma vez que tenham tido contato com a concentração inicial do produto, no momento de aplicação, são igualmente eliminados.

O que um bom desinfetante precisa alcançar?

O pré-requisito para obter a desinfecção de superfícies, e eliminação de micro-organismos, é o umedecimento completo da superfície a ser limpa com o desinfetante.

Naturalmente, a capacidade de matar e desativar patógenos de maneira confiável é um requisito básico de um desinfetante. No entanto, existem outras propriedades que determinam se um desinfetante é eficaz ou não. Listamos, abaixo, algumas das mais importantes.

Contra Patógenos 

  • Campo de ação abrangente: bactericida, fungicida, tuberculocida e virucida 
  • Tempo de ação rápido
  • Alto poder de desinfecção e limpeza
  • Efeito comprovado e confiável 

Uma vez comprovada a atividade antimicrobiana do desinfetante, em testes laboratoriais e metodologias fidedignas, após um contato inicial intenso com a solução desinfetante, pode-se esperar o efeito de morte microbiana em superfícies possivelmente contaminadas. 

A primeira etapa da morte microbiana durante a desinfecção é a absorção do ingrediente ativo do desinfetante pela célula microbiana. No momento em que a substância ativa do produto entra em contato com o micro-organismo na superfície onde é aplicado.

Estudos conduzidos com desinfetantes específicos demonstram que, uma vez iniciado o processo de aplicação do produto, observando a concentração correta do mesmo, o efeito microbicida inicia-se já na aplicação. Mesmo após a secagem visível da superfície o desinfetante continua provocando a morte dos micro-organismos.

Estes testes e controles de qualidade mostram que as superfícies, portanto, não precisam ser mantidas constantemente molhadas. 

Uma vez que o desinfetante tenha sido absorvido pela célula, a destruição microbiana continuará ocorrendo. 

Esta situação é especialmente válida para os casos em que os princípios ativos dos desinfetantes não evaporam. Eles se mantêm por maior tempo em contato com superfícies e micro-organismos.

Quer se aprofundar ainda mais na atuação dos desinfetantes e nas boas práticas de limpeza para ambientes da saúde? Confira nossos guias e conteúdos, e acompanhe nossas redes sociais

Por: Eridon Araújo

Diretor Técnico e pesquisador da empresa Profilática S.A. Higienista com especialização no uso de substâncias químicas em processos de Limpeza, Descontaminação, Desinfecção, Esterilização e Antissepsia, dentro e fora do Brasil, com a experiência de mais de 40 anos na área da Saúde, em especial Controle de Infecções e Biossegurança. 

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