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Descubra as principais bactérias multirresistentes em UTI e como enfrentá-las 

Você sabia que as bactérias multirresistentes em UTI são preocupantes para pacientes vulneráveis a infecções? Esses patógenos são muito resistentes a antibióticos, sendo difíceis de controlar. Isso aumenta o risco de agravar a condição de saúde e prolongar o tempo de internação de algumas pessoas. 

Pelo fato das UTIs serem ambientes que utilizam procedimentos invasivos e que apresentam pacientes suscetíveis a infecções, a proliferação de bactérias multirresistentes é mais alta.  

Neste artigo, a Profilática apresentará quais são as principais bactérias multirresistentes em UTI e as melhores práticas para preveni-las. Acompanhe a leitura!

O cenário vulnerável das UTIs em relação às infecções

Segundo a Associação Médica Brasileira, mais de 45 mil brasileiros morrem devido a infecções hospitalares por ano. O risco aumenta em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), principalmente entre recém-nascidos. 

As UTIs são tão vulneráveis porque os pacientes estão com sistemas imunológicos debilitados, seja por uma gravidade da doença ou tratamentos imunossupressores. Além disso, o uso de cateteres, sondas e ventiladores mecânicos são vias para a entrada de microrganismos. 

Também existe a possibilidade do uso indevido de antibióticos que acarretam o surgimento de bactérias multirresistentes, o que dificulta o tratamento das infecções. 

E, claro, as UTIs em todo o Brasil costumam ser lotadas e pequenas, facilitando a transmissão de microrganismos.

As principais bactérias multirresistentes em UTI

Se você é um administrador, diretor ou profissional de saúde que atua em hospitais, é muito importante entender sobre as principais bactérias multirresistentes em UTI. Abaixo, explicamos mais sobre cada uma delas:

1. Clostridioides difficile

O Clostridioides difficile é uma bactéria Gram-positiva, anaeróbia, que produz esporos e toxinas. Ele é encontrado no trato gastrointestinal de indivíduos saudáveis, mas é altamente patogênico em algumas condições, como após o uso de antibióticos. Esse consumo prolongado faz uma limpeza de bactérias essenciais para a microbiota intestinal, abrindo espaço para a proliferação de patógenos.

Nos ambientes hospitalares brasileiros, ainda não existem muitos dados epidemiológicos sobre o Clostridioides difficile, mas os casos aumentaram significativamente nos últimos anos. 

Sintomas predominantes:

  • Diarreia aquosa várias vezes ao dia;
  • Dor e cólicas abdominais;
  • Febre;
  • Colite pseudomembranosa;
  • Náuseas;
  • Perda de apetite.

2. Staphylococcus aureus resistente à meticilina ou MRSA

O Staphylococcus aureus resistente à meticilina ou MRSA é um patógeno Gram-positivo que tornou-se resistente a diversos antibióticos comuns, como a meticilina. O MRSA é mais visto em UTIs, onde causa um grande número de infecções graves, principalmente pneumonia e infecções em feridas cirúrgicas.

Por ser uma bactéria comum em todo o mundo, as pessoas estão suscetíveis ao Staphylococcus aureus resistente à meticilina ou MRSA em hospitais, comunidades ou até mesmo em casas de repouso para idosos. 

Sintomas predominantes:

  • Aparecimento de abscessos, furúnculos ou celulite;
  • Febre;
  • Calafrios;
  • Dor nas articulações;
  • Dificuldade de mobilidade.

3. Pseudomonas aeruginosa

A Pseudomonas aeruginosa também é uma das bactérias multirresistentes em UTI, afetando gravemente os pacientes submetidos à ventilação mecânica e cateterização urinária.

Identificada em 1882, a P. aeruginosa pode levar à morte se não for combatida o quanto antes após diagnosticada no corpo do paciente.

Sintomas predominantes:

  • Febre alta;
  • Tosse com escarro purulento;
  • Dor no peito;
  • Dificuldade para respirar;
  • Dor ao urinar;
  • Dor nas costas;
  • Infecções em feiras e queimaduras.

4. Acinetobacter baumannii

O Acinetobacter baumanni é uma bactéria multirresistente resistente a múltiplos antibióticos. Ele é muito conhecido por conseguir sobreviver em superfícies hospitalares por vários períodos, aumentando as chances de infecções nosocomiais. 

Causa pneumonia e até oferece risco de morte aos pacientes internados em UTIs. 

Sintomas predominantes:

  • Febre alta;
  • Dispneia;
  • Dor torácica;
  • Calafrios.

5. Escherichia coli 

A Escherichia coli faz parte da microbiota intestinal humana. Porém, existem algumas cepas que causam infecções, principalmente em pessoas internadas em UTIs, e são resistentes a uma série de antibióticos, incluindo aqueles da classe carbapenêmicos. 

Esta bactéria multirresistente causa infecções no trato urinário, na corrente sanguínea, sepse e intoxicação alimentar.

Sintomas predominantes:

  • Dor ao urinar;
  • Dor nos flancos;
  • Diarreia com sangue;
  • Cólicas abdominais;
  • Febre;
  • Náuseas.
Bactérias multirresistentes em UTI e as principais práticas de prevenção em hospitais.

Como enfrentar as bactérias multirresistentes em UTIs?

Combater essas bactérias em Unidades de Terapia Intensiva é um grande desafio para médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde. As melhores formas de prevenção são por meio da limpeza e desinfecção hospitalar, higienização das mãos e do uso adequado de antibióticos.

A seguir, veja alguns métodos para enfrentar as principais bactérias multirresistentes:

Prevenção do Clostridioides difficile

A principal forma de prevenir o C. difficile é através do uso controlado de antibióticos. Esses medicamentos devem ser prescritos apenas quando são muito necessários. Outro ponto imprescindível é higienizar frequentemente as mãos com água e sabão, pois os esporos desta bactéria são resistentes ao álcool em gel.

Os profissionais de ambientes de saúde devem usar EPIs, principalmente luvas e aventais descartáveis quando estão em contato com pacientes.

Prevenção do Staphylococcus aureus resistente à meticilina e MRSA

É muito importante usar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para não aumentar a transmissão das bactérias. Assim como no primeiro caso, a higienização das mãos antes e depois do contato com o paciente e também em superfícies hospitalares é fundamental.

Os pacientes que estão infectados com esta bactéria multirresistentes devem ser isolados para diminuir o risco de disseminação.

Prevenção da Pseudomonas aeruginosa

A Pseudomonas aeruginosa tem uma alta capacidade de sobreviver em ambientes úmidos e em hospitais. Para preveni-la, é necessário realizar o processamento adequado como desinfetar e esterilizar os equipamentos médicos e demais PPS(Produtos para a saúde), principalmente os aparelhos que entram em contato com o trato respiratório e urinário dos pacientes.

É essencial fazer a limpeza e desinfecção das superfícies e dos equipamentos para prevenir a disseminação da P. aeruginosa. Limpe e troque frequentemente os materiais que possam acumular umidade, como é o caso das tubulações de ventiladores. 

Prevenção do Acinetobacter baumannii

Assim como as prevenções das bactérias multirresistentes anteriores, esta também deve haver a limpeza e desinfecção regular dos ambientes. Você deve desinfetar camas, mesas e equipamentos médicos para evitar a proliferação do Acinetobacter baumannii.

Em casos de infecção diagnosticada, também é válido isolar o paciente. Já em situações de surtos, faça a desinfecção terminal de ambientes com maior frequência e restrinja o uso de antibióticos.

Prevenção da Escherichia coli

Em cepas multirresistentes, a Escherichia coli é possível preveni-la com lavagem das mãos e o processamento adequado com a limpeza, desinfecção e esterilização de equipamentos médicos e PPS. Os cateteres urinários devem receber cuidados assépticos para diminuir o risco de infecção.

O isolamento para pacientes contaminados também é indicado. 

💡 Leia também — Quais são os EPIs para limpeza e desinfecção hospitalar?

Como vimos até aqui, as bactérias multirresistentes em UTI são desafios gigantescos para profissionais da saúde e administradores de hospitais. 

A Clostridioides difficile, Staphylococcus aureus resistente à meticilina e MRSA, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii e Escherichia coli apresentam sintomas preocupantes e difíceis de tratar. Isso porque elas são resistentes a vários antibióticos comuns. 

A melhor forma para mitigar esses riscos é por meio da limpeza e desinfecção hospitalar, higiene das mãos, desinfecção e esterilização de equipamentos médicos e PPS e o uso consciente de antibióticos. Em alguns casos, o isolamento de pacientes também é uma medida inteligente para reduzir a proliferação dessas bactérias.

Quando há uma unificação de várias estratégias, fica mais fácil proteger os pacientes vulneráveis e reduzir o número de infecções multirresistentes em UTIs. Dessa forma, melhora o tratamento clínico e a segurança do ambiente hospitalar.

Para se aprofundar no assunto, a Profilática criou o Guia de enfrentamento KPC, Candida Auris e Clostridioides. Nele, você pode descobrir mais informações e as principais estratégias para realizar a prevenção e o controle de infecção em instituições de saúde do Brasil.
 
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