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Desinfecção de materiais ópticos

Inúmeras especialidades médicas, como urologia, otorrinolaringologia, pneumologia e ginecologia, dependem do acesso e visão oferecidos por endoscópios, cistoscópios e outros tipos de materiais ópticos

Estes artigos de óptica, delicados e fundamentais, são usados em uma série de procedimentos e exames, e oferecem acesso diferenciado para diagnóstico e tratamento.

Com exames recomendados por uma série de sintomas, desde uma simples azia, até casos de exploração para identificar risco ou presença de tumores, estes equipamentos estão cada vez mais presentes em clínicas e hospitais.

Mas como proceder na hora da desinfecção destes materiais? Que tipo de soluções devem ser usadas e quais as diferenças entre cada tipo de endoscópio? 

Continue lendo mais este conteúdo da equipe da Profilática e descubra!

Principais tipos de materiais ópticos

Apesar de toda a tecnologia envolvida nestes tipos de dispositivos, se engana quem acha que sua criação e desenvolvimento são recentes.

Além das evidências de instrumentos endoscópicos encontrados por arqueologistas, mesmo antes do império Romano. Já a era moderna da endoscopia começou no século 19 com o desenvolvimento do “Der Lichtleiter” de Bozzini e, posteriormente, com o endoscópio de Desormeaux.

Segundo registros, a primeira gastroscopia foi realizada em 1868. Com evolução constante dos materiais, identificação de necessidades como iluminação, imagem e manipulação, os equipamentos e materiais ópticos seguiram avançando até 1954 com a instalação da primeira câmera por fibra óptica e 1983 com a transmissão para um monitor digital.

Da mesma forma que outros equipamentos médicos, o endoscópio evoluiu e gerou variações especializadas para outros usos e métodos de exame e cirurgia menos invasiva. 

Conheça alguns dos principais tipos de endoscópios:

Endoscópio Rígido

Este é um equipamento que contém um tubo rígido e um sistema de lentes no seu interior. Em uma das extremidades possui uma lente objetiva, permitindo a visão e transmissão de imagem, e na outra uma ligação a uma fonte de luz e uma lente. 

Nele também é possível acoplar uma cabeça de câmara de vídeo.

Endoscópio Flexível

O Endoscópio Flexível tem seu funcionamento idêntico ao Rígido, mas possui um tubo maleável constituído por fibras óticas equipado com um sistema de imagem.

Este equipamento tem como principal característica a habilidade de acessar partes do corpo que seriam difíceis de alcançar devido à sinuosidade dos canais. 

Videoendoscópio

Consiste em um tubo que é geralmente flexível e possui na ponta um sensor de imagem, chamado CCD, que permite a captura de imagens de vídeo. 

Alguns possuem um monitor de vídeo integrado, que torna possível a visualização instantânea das imagens, sendo bastante úteis para intubação de emergência dos pacientes.

Duodenoscópio

O duodenoscópio é um instrumento utilizado em procedimentos médicos para visualizar o interior do duodeno, a primeira parte do intestino delgado. 

Ele é inserido pela boca e passa através da garganta, esôfago, estômago e, finalmente, chega ao duodeno. O duodenoscópio é equipado com uma câmera na ponta que permite que o médico visualize as estruturas internas do corpo humano.

Fibroscópio

Também chamado de laringoscópio de fibra óptica, o fibroscópio é um aparelho usado em diversas especialidades, especialmente, para intubação em casos de vias aéreas de difícil acesso.

Cistoscópio

Utilizado em procedimentos médicos para visualizar o interior da bexiga e da uretra, o cistoscópio é um dos materiais ópticos que pode ser inserido pela uretra e tem uma câmera na ponta que permite que o médico visualize as estruturas internas do corpo.

Laparoscópio

Muito utilizado em cirurgias minimamente invasivas de ginecologia, urologia e retirada da vesícula biliar, o laparoscópio é inserido através de pequenas incisões na pele e equipado com uma câmera na ponta que permite que o médico visualize as estruturas internas do corpo. 

Nefroscópio

Empregado principalmente na cirurgia renal percutânea, uma forma menos agressiva de tratamento para cálculos renais grandes e que não podem ser tratados adequadamente pela fragmentação, o nefroscópio acessa diretamente os rins via puncionamento.

Normalmente é empregado junto com outros tipos de endoscópio para avaliação interna das cavidades do paciente.

💡Leia mais – 7 passos para o processamento de materiais e instrumentais

Artigos críticos. Como reprocessar materiais ópticos? 

O processamento de materiais ópticos no Centro de Material e Esterilização (CME) é uma etapa crítica para garantir que esses dispositivos médicos estejam, constantemente, em condições adequadas de uso e com a clareza óptica necessária para seu uso. 

Particularmente delicados, esses instrumentos usados para tratamento e diagnóstico normalmente possuem partes moles e rígidas que combinam funções e materiais diferentes. Como exemplo disso, podemos observar apenas a ponta de um endoscópio, onde encontramos lentes de iluminação, câmeras, passagem de ar e canais de instrumentação.

Os endoscópios que entram em contato com tecido estéril, sistema vascular ou cavidade (laparoscópio, artroscópio e cistoscópio), são classificados como artigos críticos e, portanto, devem ser esterilizados a cada procedimento.

Todos os acessórios e instrumentais utilizados em procedimentos cirúrgicos endoscópicos devem ser esterilizados por método químico ou físico. A escolha do método de esterilização deve respeitar as orientações do fabricante dos equipamentos.

Aqui estão algumas das diretrizes gerais para o processamento de materiais ópticos no CME:

Recebimento e inspeção inicial

Assim que os materiais ópticos chegam ao CME, eles devem ser inspecionados quanto a danos visíveis, como rachaduras ou arranhões nas lentes.

É necessário verificar se há alguma sujidade ou resíduos visíveis nas superfícies ópticas, como lentes ou objetivas. Essas superfícies devem ser limpas antes do processamento.

Limpeza

Na Lavagem Manual, a primeira etapa no processamento de materiais ópticos é a limpeza inicial. Isso envolve a remoção de sujidades visíveis, como poeira, detritos e resíduos orgânicos, usando pincéis macios e ar comprimido, se necessário.

A limpeza dos equipamentos deve ser criteriosa e realizada na CME. Entre outras ações desta etapa, devem ser realizadas: 

  • A desmontagem de todo o equipamento;
  • Imersão dos materiais em solução de detergente enzimático;
  • Lavagem de todas as partes dos materiais com escovas macias;  
  • Posicionar o material obliquamente à solução para forçar a entrada do detergente enzimático ou utilizar seringas para forçar a entrada do líquido;
  • Enxágue abundante em água corrente para remover todo resíduo de detergente; 
  • Secagem cuidadosa; 
  • Fazer inspeção visual do material com auxílio de uma lupa; Utilizar equipamento de proteção individual (EPI) – luvas de borracha, avental, máscara e óculos.

Esterilização

Após a limpeza inicial, os materiais ópticos devem ser esterilizados em vias de destruir toda forma de vida microbiana. 

Para os equipamentos resistentes ao calor, o método mais indicado é a autoclave a

vapor. Já no caso de equipamentos sensíveis, a esterilização pode ser realizada por

meio químico.

Nestes casos, é fundamental o uso de desinfetantes recomendados pelo fabricante e que sigam as instruções de diluição e tempo de contato, como o PROFISEPT® ACTIVE, com princípio ativo de ácido peracético.

Como sempre mencionamos, o estudo e escolha dos químicos para etapas como esta é necessário pela compatibilidade e delicadeza desses instrumentais. 

Produtos e técnicas não adequadas podem ocasionar em danos irreversíveis como deslocamento de partes móveis, dilatação e até endurecimento de borrachas e certos plásticos.

Inspeção minuciosa

Após a esterilização, a equipe deve realizar uma inspeção minuciosa das superfícies ópticas. É preciso certificar-se de que não haja manchas, resíduos ou danos que possam afetar a qualidade óptica.

Qualquer problema identificado deve ser documentado e relatado para que as ações corretivas adequadas possam ser tomadas.

Embalagem  e armazenamento 

Os materiais ópticos esterilizados devem ser armazenados em locais limpos e secos, longe da luz direta do sol e de variações extremas de temperatura.

A escolha da embalagem também deve ser apropriada para protegê-los de contaminantes ambientais e danos durante o armazenamento.

Manutenção regular

Como qualquer equipamento complexo e com presença de partes móveis, os materiais ópticos devem ser submetidos a manutenção regular, incluindo calibração e ajustes, conforme recomendado pelo fabricante.

É importante destacar que a manutenção de materiais ópticos é altamente especializada e deve ser realizada por técnicos treinados e qualificados. 

Qualquer dano ou problema identificado deve ser relatado imediatamente para que medidas corretivas adequadas sejam tomadas. A documentação e o registro de todas as etapas do processamento também são essenciais para garantir a rastreabilidade e a conformidade com os regulamentos de saúde.

Limpeza automatizada

Combinada com as etapas de pré-limpeza e a inspeção visual após a lavagem, outro método de desinfecção próprio para uso em instrumentos ópticos como os endoscópios é o processo automatizado.

Cumprindo todos os requisitos do Ministério da Saúde, as lavadoras, como a PROFISYS®SCOPE podem preparar e aplicar as soluções de desinfecção de forma automatizada.   

Além de ganhos em agilidade e segurança para toda a equipe que precisa tratar com químicos específicos para estes equipamentos, as lavadoras trazem vantagens como:

– Maior eficiência na remoção da sujidade;

– Menor risco de danos aos artigos;

– Menor exposição dos profissionais aos agentes biológicos;

– Menor consumo de recursos naturais e produtos químicos;

– Maior padronização e rastreabilidade do processo.

💡Leia também – Materiais cirúrgicos – Como funciona a limpeza automatizada?

Sua equipe trabalha com todos, ou parte destes tipos de materiais ópticos para diagnóstico ou tratamento? 

Invista em treinamentos adequados de seu time e procure produtos químicos com comprovada compatibilidade com instrumentais e lavadoras regulamentadas com capacidade de recirculação e desinfecção.
Para mais informações sobre este tipo de soluções, confira a linha de produtos e equipamentos da Profilática!

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